terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O amor que a gente não tem

Dias desses estava conversando com um amigo, quando ele me disse que a pessoa que ele mais amava no mundo era ele mesmo.
Simples assim.  Ele se amava, e não precisava do amor de mais ninguém.
O amor veio com o tempo, quando ele aprendeu a amar-se e viver sozinho, para então saber como amar e como ficar sozinho com um outro alguém.

Meu amigo é maravilhoso, com um sorriso extremamente lindo e com milhões de defeitos, mas sabe o que ele vê? Ele vê tudo de si, mas se ama assim mesmo.

E então eu comecei a pensar: "E esse amor que a gente não tem?"


Amor Próprio: 1. que ama a si mesmo; 2. sinônimos: autoestima, respeito próprio, vaidade, amor.

É tão mais fácil amar ao próximo do que amar a si mesmo, não é mesmo?
Eu não pensava assim, até começar uma análise mental da minha vida. 

As mudanças que sempre queremos fazer, geralmente são fundamentadas nas coisas que não gostamos em nós mesmos. Típico de Janeiro, sempre prometemos a mais clichê de todas as promessas: emagrecer. Sempre! E que atire a primeira pedra quem nunca prometeu isso!
Prometemos que iremos ser mais felizes, amar mais ao próximo, viajar mais, fazer isso e aquilo. Mas sempre esquecemos de uma coisa: amar a nós mesmos.

Talvez isso não tenha que ser uma promessa, mas sim uma meta. 
O amor próprio é essencial para viver. Afinal, como conviver com a pessoa que você mais odeia no mundo, sendo que essa é pessoa é você? Meio confuso, né?

Eu tenho 21 anos e desde quando eu nasci estou em constante mudança. Claro, que algumas mudanças foram para melhor, e outras para pior. E, até morrer, continuarei mudando, e espero sempre mudar!

Esse lance de amor próprio nunca foi meu ponto forte. Na verdade, foi meu ponto mais fraco. 
O amor próprio vai além de olhar-se no espelho e achar-se bonito. Amar-se é cuidar de sua mente e corpo, cuidar de seu coração e seus sentimentos, e valorizar-se, acima de tudo e todos!

Uma vez eu sofri demais por amor, e até pouco tempo atrás não havia superado, isso porque seis anos já haviam se passado desde então. Aí certa noite, deitada na cama, pronta para dormir, eis que resolvo pensar sobre esse assunto, e tomei uma atitude bem bacana, que já deveria ter tomado há tempos: rompi completamente com o meu passado. E isso inclui redes sociais e número de telefone. 
Impossível não lembrar do passado, mas eu precisava seguir em frente! E fiz isso por amor. Amor à mim, amor à minha saúde mental e sentimental. Eu precisava acabar com um sofrimento.

Talvez esse tenha sido meu primeiro passo em direção ao amor próprio. E não doeu. Quase nada.

Estava arrumando uma gaveta de coisas velhas, e achei algumas fotos 3x4 que tinha guardado por acaso.
Céus! Como eu odeio fotos 3x4! 
Mas dessa vez, elas me serviram para uma coisa: Notar a evolução.



Eu deveria estar morta de vergonha por essas fotos. E estou.

Minha primeira foto foi do meu primeiro RG, em Junho de 2004, e minha última foto foi essa de cabelo longo e colar preto, Dezembro de 2014.
Ao longo de dez anos, minha cara mudou completamente. Emagreci, engordei, engordei, emagreci, engordei,..., e continuo viva. 
Obviamente, não me acho bonita, e não aceito críticas de "Nossa, a babacona fala isso só para dizerem que ela está bonita", ou coisa do tipo. Simplesmente não me acho bonita, e só. Gosto do meu cabelo, mas não gosto do meu nariz. Gosto do meu sorriso, mas ao mesmo tempo detesto a minha cara. Gosto do jeito que cativo as pessoas, mas não gosto do jeito que lido comigo mesma.

Se amar é tão complicado.

Coloquei como meta de vida gostar mais de mim mesma e aprender a valorizar essa pessoa incrível que eu sei que sou, mas não gosto. 

Preciso aprender a me amar, porque amar os outros eu já sei.
E só me dou mal.


E o seu amor próprio? Que tal colocar isso de meta para 2015?  :)

Beijos!
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