sábado, 3 de janeiro de 2015

Borboletas

Eu dormi com o celular debaixo do travesseiro na esperança de você me mandar um sms, mesmo que bêbado, altas horas da noite, dizendo que estava arrependido do que fez, que voltaria para a minha vida, ou que eu era uma louca e que deveria sumir de vez da sua vida.

Não importava. Qualquer uma das duas seria ótimo para mim.
Mas lembrei que você não sabe meu novo número de celular.

Eu dormi com os meus pensamentos em você, e nem me pergunte o porquê. Eu dormi lembrando do meu choro incessante enquanto dizia tudo o que estava engasgado e guardado na minha cabeça e no meu coração, e da sua indiferença enquanto eu dizia que te amava.

Eu troquei meu número de telefone na esperança de não conseguir ligar para você quando a depressão voltasse, ou quando eu estivesse muito bêbada e chorando. Eu troquei meu número de telefone na esperança de você me ligar, e não me encontrar.
Mas não joguei meu antigo número. Em algum momento eu sei que precisarei te ligar.

Eu fiz questão de ouvir a nossa música antes de dormir. Sim, a nossa música. Não, você não sabe, mas nós temos uma música. 
Na verdade, nós temos uma trilha sonora...

Temos uma música para o nosso primeiro "encontro", ou para o primeiro dia que eu te vi. Temos uma música para a primeira vez que conversamos. Temos uma música para a primeira vez que ficamos. Temos uma música para quando terminamos. E temos uma música que me faz lembrar de quando nós estávamos juntos, mesmo nunca tendo estado, mas para mim, aqui, só pra mim, nós éramos um casal.

Você foi embora, do mesmo jeito que chegou. Chegou assim, partiu assim. Partiu para nunca mais voltar, pela milésima vez.
Quantas vezes mesmo você entrou e saiu da minha vida, sem nem perguntar se podia? Quantas vezes mesmo você desapareceu e reapareceu de repente, e me fez esquecer todos os problemas?
Perdi a conta de quantas vezes você me fez te odiar e te amar ao extremo em poucos segundos.
Mas também perdi a conta de quantas vezes você não se importou, e me ignorou.
 
Você foi embora, mas eu sei que você irá voltar. 
Mas quando voltar, e se você voltar, eu não irei mais querer-te. Eu não quero essa sensação de amor frio. 
 
Eu não te quero pela metade. Eu não te quero de vez em quando.
Eu te quero inteiro. Eu te quero para sempre.

Você feriu meu coração de um jeito que eu já sabia que você seria capaz, mas mesmo assim eu me deixei levar por essa coisa de amor. Você me fez chorar, e eu já sabia que você iria fazer isso mais cedo ou tarde.
Você me deixou em pedaços quando foi embora e só deixou um papel escrito "Adeus", com seu perfume que até hoje me embarga o estômago e me faz querer vomitar de nojo e raiva, e um pingente de borboleta, pois você dizia que eu precisava me libertar.

E talvez você tenha razão.

Obrigada pela borboleta. Eu entendi que era você quem me prendia e que eu precisava me libertar de você.
Obrigada por ter ido embora.

E por falar em borboletas... Sabe aquelas borboletas que você me dava no estômago? Então, eu estou começando a vomitá-las agora mesmo.




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