segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Nublado


O céu amanheceu nublado, e sinto que eu também.
O cansaço se estende por mais (pasme) de uma noite.
Bocejo, olhos lacrimejam, mais um gole de água, rosto molhado, e mais um bocejo...

Noite passada sonhei com quem não devia, mas queria.
Nem no sonho fui capaz de fazer aquilo que queria.
Acordei com o travesseiro molhado, e, com certeza, aquilo não era só babo
A cara inchada denunciava aquilo que eu já imaginava: mais uma vez, chorei enquanto dormia.

Não sei ao certo se foi um sonho, ou um pesadelo.
Sei apenas que dói sonhar com quem não deveria, mas queria. 
Depois de tanto tempo, depois de evitar, de rejeitar, de negar, ainda ouso sonhar com ele.
Como a mente e o coração são traiçoeiros. Algo que parecia estar esquecido, vencido e superado, foi relembrado, revirado, simplesmente porque estava guardado, escondido lá no fundo, nessa maravilha do corpo chamado inconsciente.

Chove, e não só lá fora, mas chove aqui dentro também.
Chove saudade.
Saudade dos seus sorrisos e dos nossos olhares. Saudades dos beijos, e do toque dele sobre minha pele. 
Saudade da minha mão em seus cabelos, e as dele em meu rosto.
Saudade da sua voz, das suas juras, dizendo que me ama, que largaria tudo e iria embora comigo para qualquer lugar do mundo, mas que simplesmente... não pode.

Não pode, e some.
Promete, repete, insiste, persiste.
Até que desiste.
Tem compromissos demais.
Compromissos, deveres, obrigações, preocupações. 
E, não pode mais fugir.

De tão presente, agora é ausente.
Sumiu, fugiu, despareceu, escafedeu.
Foi embora, deixando um buraco no peito, um coração cheio de saudades.
E vazio de amor.

Chove lá fora.
E ainda chove aqui.






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