segunda-feira, 30 de abril de 2018

Dias tristes


Nem sempre é fácil conversar com alguém que você gosta.
Nem sempre é fácil ir em um lugar que você gosta.
Nem sempre é fácil querer saber - o que aconteceu, como aconteceu.
Nem sempre é fácil relembrar.
Nem sempre...
Não queria ir, mas fui.
Fui visitar amigos do Sul que perderam suas filhas na Páscoa.
Foi uma dor, um vazio, uma saudade.
A casa vazia, tomada pela tristeza. Onde haviam sorrisos, risadas, gargalhadas, conversas atravessadas, agora havia silêncio. Um silêncio ensurdecedor, que atravessava as paredes, e ecoava campo à fora. 
O Sol brilhava, mas ainda assim, fazia frio. Um frio inexplicável. Um frio, e um vazio.
Não havia mais espaço para questionamentos, como "Por que com elas?", mas sim, orações e súplicas de esperança, de ajuda para suportar essa dor imensurável.
Os olhos já não brilhavam mais, nem as risadas eram sinceras. 
Mas, o amor e gratidão... estes sim eram.

Meus pais tentaram dar uma força aos pais que perderam as meninas, enquanto eu, tentava consolar uma das irmãs. Mas, todos sem saber como fazer, como abordar, como consolar. 
Mas, Deus foi maravilhoso, incrível, bondoso e generoso, e pude sentir que Ele me usou para falar coisas boas, transmitir amor, o Seu amor, e orar por eles.

Como dói. 
Doeu, e ainda dói. Dói pensar que não verei mais pessoas como elas. Dói saber que elas não estarão mais comigo, em nada aqui na Terra.
Como dói!
Dói, dá saudade, dá um aperto no coração.

Mas, Deus tem planos que não sabemos explicar, só aceitar.

Além de ter enfrentado catorze horas de carro, ter levado três absurdas multas, fui contemplada com a natureza, beijando meu rosto, todos os dias em que estive por lá.
Teve nascer do Sol, pôr do Sol também, flores coloridas, plantinhas na botina, plantação de morangos sem agrotóxicos, e muito amor!  ❤ 

 
 Deus é bom o tempo todo!



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