domingo, 13 de março de 2016

Pensei que era amor


Pensei que era amor quando nos olhamos pela primeira vez e tudo paralisou.
Pensei que era amor quando trocávamos sorrisos em silêncio.
Pensei que era amor quando nossos gostos combinaram no Last.fm, e quando nossos signos se conectaram no mapa astral.

Pensei que era amor, mas não era.


Pensei que era amor quando eu disse que gostava da DC e ele da Marvel, mas X-Men era algo em comum.
Pensei que era amor quando eu era Corinthians e ele rival
Pensei que era amor quando eu era Toddy, e ele Nescau.  Ou quando eu era chocolate preto, e ele chocolate branco.
Pensei que era amor quando eu disse que gostava de brigadeiro, e ele de beijinho.
Pensei que era amor quando eu disse que preferia coxinha, e ele whey protein com granola.
Pensei que era amor quando eu era Xbox e ele PlayStation
Pensei que era amor quando eu disse que gostava do verão, e ele do frio. Ou quando disse que gostava das estrelas, e ele da escuridão. 

Pensei que era amor, mas não era.

Pensei que era amor quando eu preferia Batman, e ele Superman.
Pensei que era amor quando eu disse que preferia Londres, e ele Paris. 
Pensei que era amor quando eu queria viajar para o Nordeste, e ele para o Sul.

Pensei que era amor, mas não era.

Pensei que era amor quando sorria sem parar ao pensar nele, ou quando sentia borboletas no estômago. Mas não era.
O amor não é aquela coisa que te causa frio de barriga, garganta seca e mãos trêmulas. O nome disso é véspera de apresentação de TCC. O amor é outra coisa.

Não era amor se a saudade sumia logo após o primeiro contato. Não era amor se o assunto acabava em menos de meia hora de conversa. Não era amor se as discussões eram mais frequentes que as confissões. Não era amor se dizia que amava, mas não de verdade. 
Não era amor. Era qualquer coisa.

Pensei que era amor até dizer te amo. 
E não ter resposta.


Pensei que era amor, mas não era.
Segredo Sujo © 2008 ♡ 2024