quinta-feira, 2 de junho de 2016

De repente

Disse a mim mesma que não iria me render aos caprichos do coração.
Disse a mim mesma que havia acabado. 
Disse que nossa história tinha tido um começo, meio, e agora finalmente um fim.
Mas você... Ah, você! Você sempre consegue me surpreender e me deixar sem saber o que fazer, o que pensar, o que falar... 

Depois de seu sumiço repentino, eis que pensei verdadeiramente que você havia ido embora de vez, mais uma vez, da minha vida.
Mas você... Ah, você! Você reapareceu e bagunçou tudo aquilo que eu havia acabado de arrumar.

Ah, você...

Acordei de madrugada com o som da chuva. Era meia noite quando olhei no relógio. Revirei de um lado para o outro, mas a única coisa que estava na minha cabeça era você
Travei uma batalha entre meu coração e minha cabeça. Dizia a mim mesma que você havia partido, e que dessa vez era para valer. Dizia a mim mesma que deveria continuar em frente. Dizia a mim mesma que mês novo podia ser sinal de vida nova. E era para ser.
Mas você parece que não quis terminar o roteiro da nossa história.
Não ainda.

Olhava para as luzes no quarto, na tentativa de pensar em Natal, e não em você. Mas em vão. 
Rozes, de The Chainsmokers tocava no meu celular. Cliquei em uma música aleatória, sem nem olhar qual era, e quando dei por mim, estava no modo repeat infinito. Mordi os lábios, na tentativa de não chorar. Consegui.
Nessa brincadeira de pensa-não pensa, pensei e não pensei em você por duas horas e meia. Eram quase três da manhã, quando desisti de tentar controlar o sono, e fui vencida por ele. 

Cansada, demorei a levantar da cama e o dia começou estranho.
Fazia frio, mas fazia calor também. Chovia, ventava, mas tinha um sol que dava vontade de estar em Salvador.
O dia de hoje estava bem bizarro.

Eis que de repente você aparece. 
Me olha nos olhos, me fazendo estremecer por dentro e transparecer por fora. Um calafrio rolou instantaneamente no meu corpo e minhas pernas ficaram moles. Senti minhas mãos suarem e tremerem. Meu coração parecia que ia sair pela boca, e minha boca secou. 
Você me abriu aquele sorriso lindo, me fazendo derreter. 
Parecia mentira, você ali, parado me olhando. Suas mãos tremiam, ou era impressão minha? Que fosse. Não importava mais. 
Tudo durou uns três? Dois? Um minuto? Não sei. Não consigo pensar. O tempo parece não ter tanto sentido quando estou com você.
Só sei que foi o suficiente para ficar boba o dia todo.


De repente, eis que surge uma pessoa me procurando. Uma mulher, com algo na mão escondido. 
Pensei que era uma arma, um serviço a ser feito, ou qualquer coisa do tipo. 
Mas não.
Era coisa sua.
Ela me entregou flores.
FLORES.
F l o r e s.
Flores que você mandou a mim. 
Meu Deus.
Incrédula, achei que não seria você. Não poderia ser. Você? Você mesmo? Você me mandando flores? É piada? É mentira? É pegadinha que vai virar hit no YouTube? Céus! ERA REAL!

Nunca ganhei flores. 
E a primeira vez... foi justo com você. Você. Ah, você...
Não sabia como reagir, o que falar, ou o que pensar, como segurar a flor, ou o que fazer com ela. Eu parecia uma boba, olhando para aquele pacotinho, rindo e chorando sem parar.
Manteiga derretida no nível máximo possível.
Culpa sua.
Não veio bilhete, nem papel, nem nada que pudesse identificar que era de fato você o remetente das flores. Mas eu sabia. Eu sentia que era você. 
E era.
Meu celular tocando. Você me ligando...
Você dizendo todas aquelas palavras, que eu não sei se são realmente verdadeiras, ou se é apenas uma forma de ganhar meu coração pra fazer sacanagem e sumir de novo, de repente, do nada, e pra sempre.
Você, seu sorriso, sua surpresa...
Tudo tão surreal... Tudo tão de repente...

É. Parece que a história nossa não acabou, não é mesmo? 


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