Roí as unhas, arranquei o esmalte, contei quantos arranhados tenho no corpo, quantas falhas de tinta tem na parede do quarto, quantos pisos são necessários para cobrir o teto, dialoguei em inglês comigo mesma, e não consegui esboçar um sorriso de quer.
É engraçado quando você sente algo por alguém e não sabe se realmente é certo ou errado sentir isso.
É estranho quando uma pessoa ocupa os pensamentos, porque não costuma ser assim.
É estranho quando uma pessoa ocupa os pensamentos, porque não costuma ser assim.
Por que é tão difícil gostar de uma pessoa nos dias de hoje, onde aplicativos de relacionamentos estão cada vez mais em alta e conversas a dois cada vez mais raras?
É difícil gostar de uma pessoa em uma época onde demonstração de sentimento é algo tão raro e complicado. Pode abraçar? Pode beijar? Pode querer ficar olhando? Mas não entre quatro paredes. Assim, no meio de tanta gente. Pode? Pode falar o que sente? Pode falar como se sente?
Você se aproxima, a pessoa afasta. Você pega na mão, ela solta. Você olha, ela desvia. Você sorri, ela fecha a cara.
Relacionamentos são tão complicados...
Sempre lia romances, assistia filmes, escrevias histórias e ouvia meus amigos contando sobre coisas de amor. Esse lance de se relacionar com alguém, tipo, não parece ser pra mim.
Tanta gente legal por aí, disponível e ao mesmo tempo invisível.
"Por onde andam as pessoas interessantes?", já perguntava Daniel. Me questionei também enquanto lia um trecho de seu livro.
Num mundo tão grande, tão imprevisível e agitado, encontrar uma pessoa legal é algo difícil, mas quando encontra, acho justo querer ficar com ela por um bom tempo. E se possível, cada vez mais e mais.
Há um tempo atrás eu perdi uma oportunidade maravilhosa de ficar com um cara bacana porque eu simplesmente não falei o que tinha pra falar. Não falei o que sentia, não falei o que pensava, não falei o que queria. Não fui honesta com ele, e para piorar, nem fui comigo.
Ele se foi, e só depois de um bom tempo achei que valeria tentar dizer tudo aquilo que eu deveria ter dito.
Resultado: ele está lá no Canadá e eu aqui, do outro lado do continente. Feliz. Mas já estive um dia com saudades...
Como encarar o fato de que você está gostando de alguém?
Aliás, como a gente sabe que está gostando de alguém? Assim, pra valer?
É aquela tal de sensação de ter borboletas no estômago? Porque, assim, não sei ao certo como é, mas parece que o coração vai sair pela garganta, as mãos ficam suando e a respiração chega a falhar.
Será que é isso?
Ou será que é quando você só consegue sorrir ao lembrar de uma pessoa? Ou será que é quando o tempo passa rápido e você nem percebe quando está ao lado dela?
Eu não sei. Mas se for isso, acho que estou gostando de alguém. Mas, tipo, não é recíproco, e isso é simplesmente uma bosta. Apesar de que o amor não precisa ser recíproco. Se não for, não vale a pena. Seja lá qual amor for.
Mas, acho que estou gostando de alguém mesmo. E não sei lidar.
Não sei lidar porque eu realmente não sou dessas pessoas que não se entregam. Acho que a vida é muito curta pra gente não se entregar. Acho que tudo fica mais raso quando não se tem entrega ou não se tem sentimento. Ou certeza.
Gosta, mas não "daquele jeito". Quer, mas ao mesmo tempo não quer.
Eu realmente não tenho paciência para pessoas indecisas, pessoas rasas, ou imprecisas.
Eu realmente admiro essas pessoas que conseguem ser frias ou não expressar o que sentem.
Conseguem pegar sem se apegar. Conseguem ficar junto sem nem sentir uma pontinha de sentimento.
Porque, assim, pra mim, isso não é estar junto por gostar. Isso é estar junto por conveniência. E esse é um dos piores sentimentos.
Sobre essas pessoas que não expressam seus sentimentos com calor e intensidade, meu maior espelho é a minha irmã. Ela, quando se apaixona por alguém, sempre dá um jeito de se "desapaixonar". Não vê filmes românticos. Não gosta de histórias de amor. Não ouve Lana del Rey. Não chora por alguém que gosta. E não gosta de se apegar. Guarda o que sente para si, ao invés de dizer o que sente para a pessoa.
Acho isso sensacional, porque é como se fosse uma barreira contra coração partido.
Mas eu não sou assim.
Não consigo ser fria. Não consigo não ser sentimental. Não sei ser desapegada. Não sentir algo e guardar pra mim. Não sei escrever textos de "amor" sem dizer para alguém sobre o que sinto.
Depois que perdi uma oportunidade de ouro, e muitas outras oportunidades diferentes, adotei YOLO como uma forma de viver.
A gente só vive uma vez, então não faz sentido pensar antes de falar o que sente. Não faz sentido guardar para si algo bonito, tipo paixão. Não faz sentido estar junto por conveniência. Não faz sentido querer ser feliz sem se deixar ser feliz.
Depois que perdi uma oportunidade de ouro, e muitas outras oportunidades diferentes, adotei YOLO como uma forma de viver.
A gente só vive uma vez, então não faz sentido pensar antes de falar o que sente. Não faz sentido guardar para si algo bonito, tipo paixão. Não faz sentido estar junto por conveniência. Não faz sentido querer ser feliz sem se deixar ser feliz.
Simplesmente não dá.
Mas, sobre esse lance de sentimentalismo, acho que preciso começar a ser fria.
Nem sempre dizer o que sente é algo bom. Nem sempre deixar transparecer que você gosta de alguém é algo ideal. Nem sempre se apaixonar dar certo.
Na verdade, nunca dá certo. Assim, comigo. Até porque, no final, ou no meio, ou logo de cara mesmo, eu sempre estrago tudo. Sempre falo demais, penso demais, sinto demais, expresso demais, e gosto demais.
Deveria começar a fazer tudo de menos. Conversar menos, me abrir menos, dar menos espaço, menos sorrisos e expressar menos os sentimentos.
Quem sabe assim dá certo, não é mesmo?
Nem sempre dizer o que sente é algo bom. Nem sempre deixar transparecer que você gosta de alguém é algo ideal. Nem sempre se apaixonar dar certo.
Na verdade, nunca dá certo. Assim, comigo. Até porque, no final, ou no meio, ou logo de cara mesmo, eu sempre estrago tudo. Sempre falo demais, penso demais, sinto demais, expresso demais, e gosto demais.
Deveria começar a fazer tudo de menos. Conversar menos, me abrir menos, dar menos espaço, menos sorrisos e expressar menos os sentimentos.
Quem sabe assim dá certo, não é mesmo?
Se apaixonar é uma coisa muito chata.