terça-feira, 25 de julho de 2017

Escrevendo Cartas

De uns tempos pra cá, tenho parado um pouco de escrever cartinhas, por diversos motivos, entre eles: o descaso com o Correios, entregando cartas amassadas ou rasgadas que produzo com tanto carinho, e pela falta de consideração de algumas pessoas. Acredita que recebi um pedido desesperado de uma (três, na verdade) pessoa pedindo uma cartinha minha, e quando respondi que enviaria, mas só no mês seguinte, recebi um puta merda em troca?
Gente.
Qual a necessidade disso?


Conforme o passar dos meses, as cartinhas foram mudando, moldando-se de acordo com minha habilidade de fazer coisas novas, criatividade, tempo e, claro, conforme fui me encontrando e colocando a minha identidade nelas.
Desde o começo, tentei ao máximo colocar um pouco de mim nelas, e tenho consigo aprimorar a cada dia. 
As primeiras começaram com pequenas amostras de flores que tinha guardado para o Herbário
Na época, a melhor forma que encontrei de usá-las foi colando na folha.
Uma burrice, aliás.


No começo, também fui adepta a fechar as cartinhas com fita barbante, mas não demorou muito para o pessoal do Correios começar a barrar isto, alegando que cartas simples são apenas papéis, e não podem ter relevo em seus envelopes.
Babaquice. 

 

Achava bonito colocar cores nos envelopes, adesivos e coisas do tipo. Quanto mais cor, melhor. Mas depois que uma correspondente disse que o envelope veio com um adesivo rasgado, e outra disse que ele veio cheio de marcas de sapato, fiquei super chateada, e comecei a mudar a forma como eles eram produzidos.


De envelopes coloridos e cheios de detalhes, comecei a produzir envelopes mais simples, mas recheados de coisas legais dentro, como por exemplo, marcadores de páginas, e as flores secas, claro.


Sempre gostei de papel craft, ou similar. Encontrei algumas folhas e pedaços por aqui sem uso, e achei que valeria a pena colocá-las em uso. Assim, minhas cartinhas são escritas em papel craft, ou parecido. Na falta dele, corro para papel reciclado, que, apesar de não ser reciclado de verdade, né, me deixa mais confortável que uma folha de fichário, ou uma folha em branca de sulfite.

 Essa foi, sem dúvidas, a cartinha mais "recheada" que já escrevi.


As cartinhas começaram a ganhar a cara que eu queria. A inspiração encontrei com a ajuda da hashtag Snail Mail Revolution, onde o pessoal compartilha muita, muita coisa bonita e inspiradora por lá. 
Decidi criar até um card, mesmo que seja um card fajuto, mas ainda assim, é um começo! ♥ 


Comprei um livro da Agatha Christie em um sebo da minha cidade com a finalidade de recortá-lo para produzir envelopes melhores, mas, desisti quando li as primeiras linhas, e resolvi não fazer isso.


Os envelopes cheios de cores continuaram com cores, mas agora, em uma outra versão. E desta vez, carimbos! Inúmeros carimbos que tenho adquirido com carinho e ajuda do pessoal do Carimbando AMOR.
Que, por sinal, produzem carimbos incríveis, lindos e super delicados, do jeito que eu preciso. Tenho uma ideia, e lá estão eles para me compreender e fazer tudo o que imagino.
Obrigada, gente! ♥
ps: não é #ad.


Uma das minhas descobertas deste ano foi: uma máquina de escrever perdida em casa.
Perdida fiquei eu, de tão apaixonada por ela.
Perdi a noção do tempo diante de uma máquina de escrever. Fala sério, né. Tão retrógrado, mas  tão inspirador quanto um bloco e uma caneta.


Claro que usei ela nas minhas cartinhas, né.


Agora entrei na onda de produzir mais envelopes, de outros jeitos, utilizando as velhas folhas recicladas, e a impressora. Coisa maravilhosa.
Encontrei algumas colagens, imagens aleatórias, juntei tudo, e criei algumas "estampas" – sorry not sorry – com flores, folhas e similares, de diversas cores. 
E confesso que adorei o resultado! ♥

Material de apoio! ♥


Aos poucos continuo a escrever cartas, de modo mais privado, selecionado, ou como queira chamar. Mantenho os correspondentes frequentes por perto, mesmo que eu demore um pouco para responder.
Infelizmente.

Voltei a essa vida de escrever cartas depois de anos em hiatus
Descobri o Projeto Cartas para Amelie através do blog da Cacá, e pense que seria uma ótima ideia reviver o passado com isso, e, claro, descobrir uma maneira de ocupar minhas noites depois que a faculdade e o estágio acabaram. Depois de tentar produzir algo usando feltro, me senti mais realizada produzindo algo com as mãos, mas com caneta e papel, ao invés de pedaços de pano, agulha e linha. 
Sinto-me feliz sempre que recebo uma carta, e mais ainda quando escrevo uma. Nem sempre, mas acredito que às vezes levo amor às pessoas, ou a alguém precisa de algumas palavras amigas, ou de um simples lembrete
Gosto de escrever para treinar a minha grafia, e aperfeiçoar a caligrafia. Minha letra tem mudado – e muito – com o passar dos anos, e fico feliz por isso, visto que antes ela era um garrancho! Socorro!
Agora ela está melhor, mais leve, mais fina, e melhor de tudo – risos. Que puta orgulho!

Sempre que possível, tento compartilhar alguns textos com meus correspondentes. Desta última vez foi o texto Acordar, que rendeu por aqui. Fiquei tão feliz pela repercussão dele, tanto por aqui, quanto pelos outros blogs que compartilhei, como por exemplo, a Fer, do Conversa Íntima
Compartilho também, além das flores, recortes de jornais, pois aprendi a gostar disto! 

E cada vez mais, vou me encontrando, e me mostrando, compartilhando um pouco de amor, e um pouco de mim.

Que delícia ser assim!


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