quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Uma volta pelo Cemitério


Se tem um lugar que aprendi a gostar, esse lugar foi, de fato, cemitérios.
Não gostava de frequentá-lo, mas tem dias que ele parece ser o melhor lugar para se estar.

Voltando da caminhada, tempos atrás, decidi entrar no cemitério da minha cidade. 
Sempre caminho por lá, ao menos duas vezes no mês. Com isso me sinto mais leve, mais pensativa, e consciente sobre a minha vida. "Estou vivendo, ou apenas sobrevivendo?" Não sei. Mas será que quem está ali também teve esses pensamentos, ou se afundou em um marasmo diário, de procrastinação, vivendo no modo automático, e não aproveitou a vida?
Andei pelo caminho central, e aos poucos fui descobrindo novos lugares. Antes, só sabia onde ficava o túmulo do meu avô, o qual é muito bem vigiado por um pinheiro maravilhoso. Mas com o passar dos dias e o multiplicar dos passos, acabei por descobrir túmulos e jazigos de tantas pessoas, que fico a pensar o quão interessante seria saber a história de cada um deles. 

Será que um dia ainda vai rolar esse lance de tour cultural pelo cemitério? Espero que sim! :)



Essa é a vista da entrada do cemitério da minha cidade. 

Ao fundo, uma Igreja que nunca vi aberta, mas dizem que é tão bonita quanto por fora. 


Achei essa vista linda demais para deixar passar em branco o registro.


Antes de mais nada, quero deixar registrado aqui este jazigo.
É de uma das famílias mais importantes da cidade, um dos maiores e mais bem cuidados. E o meu preferido também.
Na foto não dá para notar, mas ele tem três lances de degraus para subir, e é todo cercado por uma grade branca com detalhes de arabescos, coberta de flores.
Me apaixonei. ♥


A parte divertida de andar entre os túmulos é ir descobrindo cada vez mais detalhes e mais detalhes que jamais imaginei que veria.

Chocada com a riqueza. 
Mas é meio sombrio.


Nunca vi esta imagem de Jesus ajoelhado. Muito belo, por sinal.
Acho incrível a delicadeza e o amor que as pessoas têm ao cuidar dos túmulos. 

É incrível também a quantidade de anjos que existem por lá. Diferentes tamanhos e formas.


E cruz também!


Não sei que santo é, mas gostei. 


Seção: GIGANTES.



Os  maiores jazigos que eu vi no cemitério!


Essa árvore. Maravilhosa. ♥



O coveiro me disse que essa estátua é a representação de uma moça grávida. Foi feita em homenagem à uma moça que morreu jovem e grávida. Será que confere? 


Igreja fofa! ♥


Dias desses me aventurei pelas "gavetas". 
Eu não gosto desse termo, "gavetas", mas é assim como chamam, então, sei lá.
Foi uma sensação esquisita. O lugar é todo branco, vazio, frio, e com cheiros diversos. Uma gaveta tem cheiro de flores naturais, outra de plástico. Algumas têm lápides bonitas, decoradas, mas outras estão identificadas apenas com letras garrafais, feitas ainda quando o cimento estava fresco.
É engraçado olhar para isso e pensar: Quem são essas pessoas?
Por diversas vezes me peguei pensando se as pessoas que estão enterradas lado a lado, se odiavam quando estavam vivas, ou se eram ricas, pobres, ou idiotas, mesmo, ou quem sabe, injustiçados.


Sobre cemitérios: adoro a calmaria e a paz que só aquele lugar pode proporcionar. 
Um lugar onde as pessoas vão na tentativa de se sentir mais próximas da pessoa que um dia amou. Outras vão por arrependimento, e apesar de nunca ter encontrado ninguém lá chorando, sei que é algo que comumente acontece. Uma pena. 
Mas, depois de um certo tempo parei de observar cemitérios como lugares ruins. 
Agora, sempre tento ver o lado bons de todas as coisas.

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