terça-feira, 15 de agosto de 2017

O desespero voltou


Mais uma noite em claro.
Mais uma noite em que dói o peito, a cabeça, a barriga, as pernas, os joelhos, ombros, olhos e ouvidos.
Não tem uma partezinha deste corpo humano representado em um atlas de Anatomia que não tenha doido uma noite sequer durante esses quinze dias que se passaram.

Doem as costas, os pulmões, os dedos e até o cabelo quando começo a pentear. Sim. Pode acreditar.
É tudo tão desesperador, que parece estar fugindo do controle.

Aliás, quando é mesmo que eu simplesmente perdi o controle da minha vida? Vida financeira, vida acadêmica, amorosa, psicológica e tal. Acho que há tempos não tenho esse tal controle dos passos que ando dando. Na verdade, até tenho, mas parece que não está sendo nada pensado, planejado, almejado, como tempos atrás. 
Cada passo que dou, e deixo de dar, cada escolha que faço, certa e errada, parece ser feita sem nexo, sem pensar, sem planejar, sem analisar se vale a pena ou não. 
Agir por impulso, agir de repente, sem pensar. Que loucura essa de viver sem planejar.

É Agosto. Quinze dias já se passaram, e agora faltam dezesseis para que outro mês comece. Começar sem nem eu ter feito tudo o que queria, ou que teria que ter feito.
Céus.

O desespero voltou. Sim, aquele desespero que tive lá em 2015 e me fez crescer, me fez dar uma pausa na vida para cuidar de mim, da minha mente, corpo, alma e coração. Clichê, mas foi isso mesmo. 
O desespero bateu na minha porta em Agosto, quando me vi com menos de dois meses para escrever um trabalho de conclusão de curso assim, do zero. Precisava de algo que me motivasse a sair da cama todos os dias, ao invés de fugir da minha obrigação, do meu dever, do meu compromisso, ou do que quer que fosse aquele momento. 
Mas, parece que agora, dois anos depois, esse mesmo desespero voltou, assim, de repente, ou não, pra me fazer chacoalhar.

Sinto que aos poucos estou morrendo.
E, não. Não é exagero. É real. Não é mentira. É desespero.

Amanhã, dezesseis de agosto volto a caminhar. Quem sabe assim, adio minha morte, e melhoro tudo isso que está aqui dentro.
Meu peito dói, meu coração também. Já senti uma mini falta de ar duas vezes hoje, e senti vontade de parar para chorar umas três vezes, no mínimo. Mas continuei, e abusei também.
Céus. 
Como é difícil se controlar.

O desespero voltou, e eu tô aqui, pronta para fazer ele passar.
Segredo Sujo © 2008 ♡ 2024