sábado, 1 de outubro de 2016

Era bonito, mas acabou.

Foi tudo assim, por acaso, de repente, sem pretensão. Foi um, foram dois, três, quatro, e quando vi, perdi as contas de quantos encontros foram. Foi lanchonete, foi shopping, foi sorveteria, foi cinema, foi também só ficar no carro quentinho. Foi programa de casal sem ser casal; foi garçom achando que éramos namorados; foi segurança do shopping dando pitaco no amasso no carro. Foi tombo no chão molhado, seguido de risada; foi banheira furada; foi crise de riso pelo nervoso, mão molhada, cara borrada parecendo palhaço. 
Foram choros, seguidos de sorrisos, e contrário também. Foram noites em claro conversando, mas também discutindo. Foram lugares novos e incríveis adicionados na lista de lugares que conheci; mas também foram lugares repetidos

Mas, de repente, tudo isso pareceu ter validade. 
É como dizem: tudo o que começa, uma hora acaba. 
E nós, acabamos.

Algumas coisas duram dias, outras meses, e algumas de perduram por anos ou décadas.
Nós duramos exatos três meses. Nós duramos o que tínhamos de durar.
Acabou, justamente no dia em que começou.

No começo eram risadas, assuntos inacabáveis, combinação, ideias parecidas, pensamentos harmonizados, e sorrisos compartilhados. Era carinho. Era gostoso. Mas de repente, passou a ser aquele jogo de fica online e não responde; visualiza e ignora; e respostas curtas. Com o tempo, aquela pessoa com quem eu tinha tanto para conversar, parecia não existir mais. 
O prazer de estar junto tornou-se como "obrigação". As conversas antes tão cheias, tornaram-se tão vazias; antes tão frequentes, e então, tão raras.
A ausência se tornou maior que a presença, e isso pareceu não ser um problema. Ao menos para mim era. 
Não sei como chegamos a esse ponto, mas sei que chegamos.
Com ele aprendi muita coisa.
Aprendi a respeitar os pensamentos e sentimentos, por mais adversos que eles possam ser. Aprendi a gostar, mesmo não gostando de algo. Aprendi a expor meus sentimentos, apesar dos pesares, e apesar de muitas vezes não ser recíproco.
Com ele aprendi a ser sincera, com alguém, e principalmente comigo. 
Coloquei meus sentimentos antes dos meus receios, afinal, a vida é curta demais para não se dizer o que sente.

O que sente...
Aprendi a dizer o que sinto, seja algo bom ou ruim. 
Aprendi que o amor deve ser declarado e demonstrado todos os dias, mesmo tendo recebido pouco de volta (e não reclamo).
Aprendi a amar, e dizer "Eu te amo", assim, sem medo e arrependimento.

Arrependimento...
Com ele não teve arrependimento. Não me arrependo e ter amado, mesmo que precoce, mesmo não sendo na mesma intensidade, mesmo sendo de repente.
Não me arrependo do dinheiro gasto. Se pudesse, teria gastado mais. Se pudesse, compraria mais alguns dias juntinhos.

Não me arrependo, principalmente, de ter sido quente, mesmo quando houve frio.

Juntinhos...
Se pudesse, teria trocado todos os dias longes e todas as horas de conversas online, por cinco minutos juntinhos, todos os dias, se olhando nos olhos.

Olhos...
Como eu amava olhá-lo nos olhos. E como amava quando ele me olhava, mesmo me deixando sem jeito.
Ele me fazia sorrir. Ele me fazia ficar sem jeito, e fazia minhas mãos suarem incontrolavelmente. Ele fazia com que eu me sentisse amada, e isso era incrível!
Ele me mostrou que é possível gostar de alguém de novo, mesmo eu achando que não seria capaz de permitir isso outra vez. 
Ele despertou em mim os melhores sentimentos possíveis. Despertou em mim tudo aquilo que deixei adormecido e guardado por muito tempo. Ele me causou arrepios, calafros, e todas as borboletas no estômago possíveis!

Ele foi incrível.
Ele foi uma das melhores pessoas que encontrei nos últimos meses, e a pessoa mais doce que tive ao meu lado.
Sentirei saudades de seus beijos, de seus abraços quentinhos, dos seus olhos sobre mim. Sentirei saudade da sua mão no meu rosto, e delas alisando meus cabelos. Sentirei saudade das marcas que ele deixava em meu corpo, e da lembrança daquele momento nosso juntos. 
Sentirei saudades de andar pela estrada e entrar na rua esburacada para buscá-lo em casa. Sentirei saudade de fazer aquele caminho que decorei, depois de muito tempo tentando entender o mapa que ele havia feito na primeira vez.

Mas terminamos.
Acabou, mas eu queria mais. 
Queria mais ele juntinho, ao invés de longe. 
Queria mais cardápio vegetariano em hamburguerias. Queria mais confusões entre historiador e arqueólogo. Queria mais chocolate quente e chá gelado, como forma de mostrar como realmente éramos tão diferentes, mas como incrivelmente combinávamos.
Queria mais pizza no cone e tortuguitas de chocolate. Ou porção de batata frita e milkshake com gosto esquisito.
Queria mais passeio no parque, sentar na grama, comer amora e namorar.
Queria mais pizza de manjericão e beijos com gosto de Coca Cola.
Queria mais carinho no escurinho do cinema e mais sessões de filmes infantis. 
Queria mais indecisão de onde ir, e mudanças de plano repentinas, contanto que terminássemos juntos, abraçados e na cama quentinha.
Queria ele comigo, mas ele pareceu não querer assim. 
Eu acho que relacionamento é uma via de duas mãos. A partir do momento em que você parece se doar mais que o outro, alguma coisa está errada.

Guardo saudade, sorrisos, e lembranças dos dias vividos.
E ranço. Bastante ranço, porque, no fim das contas, QUE HOMEM LIXO VIU, GENTE!



Começando Outubro com o pé direito! 
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