quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Um ano de surpresas

Dois mil e dezesseis. 
Que ano esquisito, não é mesmo?
Eu não entendo nada de astrologia, mas parece que dois mil e dezessete vai ser o ano de Saturno, não é isso mesmo? Eu não sei sobre isso, mas me disseram que este ano estávamos sendo regidos pelo Sol, o que nos significou um ano de mudanças
Li sobre, e acabei por descobrir um artigo, de Dezembro de 2015 (sem vestígios de edição), que dizia que o ano de 2016 seria repleto de descobertas, verdades que poderiam causar abalos emocionais, mentiras que destruiriam relacionamentos, decepções, sinceridade e fé. Neste ano, teríamos novas sensações e experiências. O Sol deixaria a vida mais agitada e imprevisível.
"Eu", no caso, "nós" de modo geral, seríamos o centro das nossas atenções, depois a família, amigos e o relacionamento amoroso. 
Seria também um ano em que muitos ciclos iriam terminar. E isto, ao meu ver, é bom, pois os finais de ciclos sempre ocorrem para abrir espaços para novas coisas nas nossas vidas. 

Este ano começou incrível. 
Todo ano que começa com uma viagem não pode ser tão ruim assim.

Fazendo uma retrospectiva da minha vida neste ano, vejo o quanto eu cresci. Clichê, mas cresci e amadureci pra caramba. Foi um ano de autoconhecimento. Foi um ano de surpresas, descobertas, decepções, sorrisos, choros, vazios, crises existenciais, e mudanças.



 Comecei o ano voltando para faculdade. 
Mesmo após me formar em 2015, a matéria que burlei em 2014 precisava ser concluída. 
Nunca gostei de Parasitologia, e talvez isto justifique as minhas péssimas notas no primeiro semestre, assim como as faltas extrapoladas logo no terceiro mês de aula. Entretanto, dessa vez eu realmente precisei focar todos os meus esforços para ela.
Comprei um caderno novo, desses de uma matéria só, colorido, bonito e que me causava paz toda vez que o via estampado na minha frente. Me tornei a aluna que deveria ter sido desde o primeiro dia de faculdade, lá atrás, em 2012. Copiava a matéria; grifava o necessário; fazia anotações extras à lápis; fazia esquemas dos ciclos biológicos dos animais; desenhava ovos, larvas, e tudo o que mais havia para fazer, eu fazia.
Me tornei a aluna que um dia quero ter o prazer de lecionar em sala de aula.
Resultado: Terminei a matéria com C, C, C ∴ A, B, B ∵ A, B → Média final: B.
Ótimo resultado para quem só tirava E! 


 Descobri muitas coisas sobre mim. E me dei mais atenção. E amor.
Descobri do que gosto, e do que não gosto. Seja sobre comida, sobre bebida, sobre pessoas, músicas, lugares, roupas, cores.
Deixei de fazer coisas por obrigação, e comecei a fazê-las por prazer. E quando não queria? Simplesmente não fazia! Ou simplesmente não ia!
Foi um ano em que eu foquei em mim, no meu cuidado com a mente, com o corpo, e principalmente, com o coração. Aprendi a me amar, apesar de ter dias que eu simplesmente odeio desde o fio de cabelo que sai da minha cabeça, até a unha mais bonitinha do meu pé. Mas, o amor é algo que se rega diariamente. Então, diariamente venho tentando me amar e me aceitar, apesar de parecer impossível.
↠ Resultado: Emagreci, mas aí rolou um lance doido e engordei. Mas o amor ficou em alta (o próprio, nesse caso).


 Aprendi (mais) sobre o amor
Eu sou romântica.
Romântica dessas que se apaixona fácil, e sente vontade de se entregar à essas loucuras que gente apaixonada faz.
Eu sou romântica, dessas que não mede esforços para deixar claro o quanto gosta de alguém, e o quanto o quer bem.
Neste ano, tive duas grandes surpresas amorosas. Uma delas, foi um rolo antigo, bem história de Romeu e Julieta, dessas que se contasse para alguém, ninguém iria acreditar. Um amor antigo, que continua sendo amor, mesmo não podendo e não devendo ser. Depois de tantos anos, finalmente aconteceu. Aconteceu algo entre nós dois, mas não deveria ter acontecido. Aconteceu, e adormeceu. E foi só isso mesmo. Veio acompanhado de beijos, surpresas, ligações escondidas, e buquê de flores.
Ganhei meu primeiro buquê de flores de alguém que não deveria ter ganho. Tiro no peito.
Este ano foi o ano em que pela primeira vez me relacionei com alguém. Foi uma experiência legal. Nossas ideias batiam, nossos pensamentos ornavam, e nossas conversas pareciam não ter fim. Era incrível a forma como ele exercia, de certa moda, um poder sobre mim. Quando estava com ele, tudo ao meu redor parecia parar: o tempo, os problemas, as dúvidas.
Mas acabou. Acabou por uma mensagem de um aplicativo.
Meu, que garoto mais bosta! Pouparei palavras e lembranças para falar sobre ele.
Mas, tem coisas que a gente não perde, mas se livra, não é mesmo?
Depois de um certo tempo comecei a ver que não tínhamos nada a ver, desde a playlist do Spotify, às preferencias religiosas. Desde o gosto por animais, e até à opção de não comê-los.
Como minha mãe sempre disse: Os opostos se atraem, mas nem sempre combinam.
Minha mãe = melhor conselheira
↠ Resultado: Aprendi que nem sempre o amor que vamos dar, será o amor que iremos receber.
Me perdi. Esqueci de mim. Mas, depois de muito tempo sofrendo e chorando, me reencontrei. E agora, busco recuperar o tempo perdido. E espero conseguir! 



 Me descobri como pessoa
Sempre tive uma repulsa sobre a licenciatura.
Apesar do meu diploma ser de Licenciatura, nunca pensei em ser professora. Isto, definitivamente, nunca esteve nos meus planos.
Encarar uma sala de aula, pra mim, sempre foi um desafio, o qual eu não estava disposta a encarar.
Mas, assim como aquela matéria precisava ser "vencida", meu estágio também precisava!
Como sempre deixo tudo, tudo mesmo, para a última hora, deixei meu estágio para o segundo semestre do ano, e foi um tiro forte no peito. Fazia dois estágios, um de manhã, e um a noite. O que me deixou totalmente desestruturada. Deixei de lado minhas caminhadas matinais, o que me fez ficar estressada e engordar um pouco. Deixei minhas noites livres, ou que poderia estar fazendo curso, para assistir aulas.
No começo, foi um puta saco, e continuou assim por muito tempo, mas encontrei pessoas incríveis nesta jornada que me fizeram esquecer vários e vários problemas.
Sobre a sala de aula: Dei minha primeira aula, e todo um filme passou pela minha cabeça quando coloquei ela sobre o travesseiro. Céus! Aos vinte e dois anos eu me vi, ali, naquela sala de aula, como a mesma garotinha de cinco anos, lá em 1999, que ficava no ranchinho de casa com uma lousa e giz, com os bichinhos de pelúcia em volta, ensinando a lerem e escreverem.
Se dizem que na vida todo mundo tem uma vocação, me pergunto se esta seria a minha.
Não apenas por esse reminder, mas por ouvir tanta gente falando bem de mim.
Cara, o ego foi lá em cima de felicidade e orgulho próprio.
Incrível!
↠ Resultado: Descobri minha vocação? Aprendi que sou capaz de dar conta de várias coisas ao mesmo tempo! 


 Voltei a fazer o que sempre gostei
Há muitos anos atrás, digamos que em 2007, eu escrevi minha primeira cartinha. Ela foi destinada à uma menina chamada Simone, de João Pessoa.
Nos tornamos amigas, mas com o tempo, infelizmente nos afastamos, mas as cartinhas continuam guardadas, assim como ela, no meu coração. Mas, com o passar dos anos, deixei de lado isto. Não sei porque, mas acho que foi por preguiça.
Este ano, dando uma fuçada no blog da querida Cacá, vi um post em que ela falava sobre uma cartinha que recebeu de um projeto chamado "Cartas para Amelie". Me fascinei pelo título, e uma borboleta pousou no meu estômago, me fazendo ficar curiosa para descobrir mais sobre isto.
Fuçando aqui e ali, descobri o blog Maybe Yellow, da Donna, uma garota muito legal, diga-se de passagem. Aí, eis que resolvi me inscrever nesse projeto, assim, só pra ver como iria ser.
E não é que foi incrível?
Logo na primeira cartinha que escrevi, escolhi, de modo totalmente aleatório, uma garota para me corresponder. O nome dela é Cecília, do blog Refúgio. Ela é um amor de pessoa, e eu juro que, mesmo com todos os imprevistos e dificuldades de me corresponder com ela, tenho tentado manter contato. Ela é legal, temos gostos parecidos e ela mora no Nordeste. Trocar cartas tem sido uma experiência incrível, e eu estou tentando desfrutar o máximo disto! Tenho conhecido pessoas legais, assim como deixando meu lado DIY falar mais alto! HAHAHA
Com isso, voltei a secar flores. Na verdade, este ano foi um ano de muitas flores secas! Flores e folhas!
AGORA O HERBÁRIO SAI!
↠ Resultado: Voltei a secar flores e colecionar exemplares. Voltei a escrever cartas!

 Fui em lugares que deveria ir
Pela primeira vez, em muito tempo, resolvi fazer turismo pela cidade de São Paulo. Sem compromisso com horas, pessoas, ou trabalho. Foi um aprendizado e tanto! Fui em um parque incrível da cidade, com as maiores árvores que já vi na vida. Me senti minúscula perto dos Pinheiros.
Fui em praia, fui em parques, fui em campos, fui em estradas esquisitas, em pizzarias, em lanchonetes, em barzinhos e em casa de pessoas.
Foi um ano em que eu realmente botei o pé no chão (ou na estrada) para sair de casa!
↠ Resultado: Viajar é a única coisa que você "gasta dinheiro", e fica mais rico.
É isso mesmo? :)


 Valorizei as coisas mais simples
Se tem algo que eu fiz neste ano, foi valorizar cada momento do meu dia. Até o dia bosta, pois assim eu aprendi a valorizar ainda mais os dias bons que passaram.
Comecei a aproveitar cada momento junto de uma pessoa, porque, meus amigos, o tempo passa rápido demais, e, veja bem, as pessoas se vão muito rápido também!
Comecei a valorizar meus dias, meus risos, meus desesperos e a calmaria.
Mesmo na bagunça, na confusão, na turbulência, uma hora as coisas se ajeitam.
É como dizem: Para você encontrar o campo de rosas, você precisa passar pelos caminhos esburacados.Tipo isso, né?
As cachoeiras não ficam longes, e as estradas que dão acesso à elas não são precárias? E aí, quando a gente chega nelas, não dá uma paz? Então. É isso.
↠ Resultado: Aprendi a valorizar os dias bons, tendo dias ruins. 

 Descobri o que é esse tal de amor inexplicável 
Sou Corinthiana.
Dessas corinthianas, de corpo, alma e coração.
Dessas, que ama o time sem explicação.
Minha mãe me passou essa paixão. Paixão assim, sem fim.
Este ano realizei um dos meus maiores sonhos: ir ao estádio do meu time.
A sensação de estar ali, em casa, com a minha torcida, numa só voz, um só amor, uma só alegria, foi uma felicidade sem fim.
Eu amo meu time, e é isso mesmo que dizem: Corinthians não se explica.


 Adotei a Sisi
Adotei uma nova gata, depois de dois anos sem a minha.
Foi a melhor "aquisição" da minha vida.
Não tenho palavras para expressar o quanto eu amo a Ísis. Não como amava a Sandy, pois elas não são iguais. Mas meu amor pela Sisi tem sido tão grande quanto era pela San.
↠ Resultado: Adotar é tudo de bom! ♥

Como odiar um ano com tantas coisas relativamente boas que aconteceram?
Apesar das fases ruins, pesadas e esquisitas, a gente precisa parar de ser egoísta.

Dois mil e dezesseis foi, e está sendo um ano bem louco. Com muitas surpresas, perdas, tristezas, mas também muitas alegrias, descobertas e sorrisos.
Foi um ano em que eu cresci como pessoa, como mulher, como amiga.
Eu mudei, depois mudei de novo. Aí eu me encontrei, me perdi, me reencontrei, e mudei. Já não sou mais a mesma que era em Janeiro, nem mais a mesma de Julho, muito menos a mesma de Setembro, e agora vejo que não sou a mesma que era no começo deste mês.
Tenho mudado a cada dia, me descobrindo, me amando e me aceitando a cada instante.
Tenho aprendido a dar o braço a torcer, a dizer não, a ceder, a querer, e a desistir de alguns sonhos, pois isto também faz bem.

Dois mil e dezesseis: Um ano de mudanças.

E eu só espero que 2017 seja de mudanças ainda melhores!

E que seja leve. E doce. 


Segredo Sujo © 2008 ♡ 2024