2022, e um choro acumulado saindo sem que eu consiga parar.
É efeito do filme, mas também da vontade de ter e viver uma nova vida.
É o efeito cascata: a gente vê na tela, e quer reproduzir na vida real.
Não dá pra viajar pra Toscana e comprar uma casa na vila.
Mas eu gostaria.
"Sob o Sol da Toscana" foi um dos filmes mais encantadores que já assisti na minha vida.
O encontrei por acaso anos atrás, e nunca consegui assistir do começo, e por inteiro. E não por isso ele deixou de ser especial e tocante.
Anos depois, assisto a 1:54h dessa obra impecável.
A vida de Frances um pouco se aproxima da minha.
No que?
No brilho que perdeu com o fim de um relacionamento.
"Nossa, mas já tem tanto tempo."
Sim.
Mas... o buraco que fica de um amor não correspondido trás más sensações e faz estragos.
As palavras ainda ecoam na cabeça: "Você não vai encontrar ninguém."
E às vezes parece que não mesmo.
É aquele famoso dedo podre que sempre tive para escolher de quem gostar: quando não é gay, tem alguém.
Não parece, mas pra uma romântica, um amor faz falta.
Um amor que seja correspondido nem que por um instante. Aquela troca de olhar, aquele sorriso bobo, e a falsa sensação de felicidade.
O amor me inspirava a escrever romances, crônicas, contos de madrugada, e à luz do dia.
Hoje... me sinto vazia. Fria.
A sensação que tenho é de que nunca mais viverei um outro amor.
"Antes, eu vivia a caçar joaninhas pelo jardim, mas nunca conseguia. Até que adormecia na grama, e quando acordava... elas estavam lá, sobre mim."
Essa é uma das frases que mais amo no filme.
Me faz chorar, e pensar.
Até quando vale a pena procurar alguém?
Até quando vale não procurar, e esperar o tão "destino" pra se encontrar?
Estou com sentimento diferente por esses dias, e não sei me expressar.
Mas uma coisa é certa: preciso abrir essa porta que fechei para o amor.
Realmente me abrir para a possibilidade de um novo amor, depois de tudo o que aconteceu, me deixa nervosa.
Fechar porta é dolorido.
Abri-la é difícil.
O destino poderia se encarregar de fazer mais coisas sozinho.