sexta-feira, 2 de junho de 2023

O arrependimento


Alguns segundo se passaram e a sensação de arrependimento tomou conta de mim.
Coisas feitas por impulso machucam demais.
Às vezes não, também. Momentos inesquecíveis são vividos quando fazemos coisas por impulso, como da vez em que comprei com a minha irmã o ingresso pra ir no show do David Guetta em Salvador. 
Foi uma noite mágica, que estará para sempre na minha memória.

Mas... dessa vez não foi tão épico assim.



Poucos minutos após enviar o e-mail, recebi um e-mail de volta, e uma mensagem no whatsapp.
Não sei o que rolou, mas só sabia tremer por dentro e chorar, chorar e chorar. Um misto de emoção tomou conta de mim, e eu me senti de volta aos quinze: feliz, esperançosa e apaixonada.

Mas o brilho se perdeu rapidamente madrugada adentro. Ruim demais quando criamos uma expectativa, mas ela não é correspondida.
Isso é, de fato, algo que preciso saber lidar.

Saber que ele está bem me deixou super feliz.
Saber que ele é amado, mesmo que não por mim, me deixa feliz.
Quero isso: a felicidade de pessoas queridas.

Mas, a verdade é que, apesar do arrependimento em ter mandado aquela mensagem, eu estou bem, e todo aquele sentimento que eu tinha... enfiei numa caixinha, lacrei, e agora está guardada no salão de memórias da minha cabeça, onde só eu tenho acesso (graças a Deus por isso!).

Me sinto feliz por uma qualidade especial que tenho: a de superar um pé na bunda com maestria, ainda que esse pé na bunda seja de anos atras.
Respiro fundo, choro, quero morrer, mas aí durmo, acordo triste, e já mudo o rumo, porque, você sabe como é, né, a gente precisa ser forte.
Eu preciso ser forte.
Mas eu não sou forte.
Às vezes só queria alguém pra me dar um abraço, pra me aconchegar nos braços no sofá, conversar sobre qualquer coisa, ou então só ficar em silêncio, sem vergonha ou constrangimento, enquanto a gente come pipoca.

Talvez esse lance de que "toda panela tem sua tampa" não se explique realmente a toda panela.
Ou então talvez, realmente, eu seja uma frigideira.
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