Em trinta anos, essa é a primeira vez que não há uma árvore de Natal montada na minha casa.
Em oito anos, é a primeira vez que decido, sem hesitação, que não pegarei minha árvore guardada.
Jamais imaginei que meu ÚNICO NATAL com TRINTA ANOS seria assim, totalmente sem inspiração.
Essa não sou eu, e esse não é o meu espírito.
Tenho algo muito forte com números, datas, registros numéricos e coisas do tipo, e não sei dizer se isso faz sentido, se é algo astrológico ou não, mas gosto de pensar que os números me importam, e é isso.
Não sei se foi porque nos últimos dias fiquei extremamente chateada de ser tratada como uma adolescente pelos meus pais, ou porque estou de saco cheio de muita coisa, ou algo do tipo, mas esse ano, nem pisca-pisca eu me dei o trabalho de ligar na tomada para testar se está funcionando.
Não comprei toalhas - algo que planejei em 2022 -, nem enfeites - algo que preciso renovar. Simplesmente meu espírito natalino comercial, visual, ou qualquer que seja o conceito, simplesmente se foi esse ano.
Me sinto estranha, como se não fosse eu. Porque a Jeyse sempre amou Natal, as cores, as flores, os enfeites e a Árvore - justamente a árvore que pagou caro demais, e agora está lá, guardada em cima do guarda roupa velho, dentro de um saco de lixo preto.
Mentalmente, coloco a culpa na reforma que estava sendo feita em casa, com a desculpa de que não quero ver minha árvore e meus enfeites, os quais prezo tanto, ficarem empoeirados e brancos.
Mas, é uma desculpa para os outros, porque pra mim, a verdade, é que nem eu mesma sei explicar.
Algo mudou quando fiz 30.
Fiquei mais "bocuda", mais sincera, mais cansada, responsável e mais adulta. E só fazem 54 dias deste acontecimento.
Meu Deus, que doideira.
Ainda não fiz planos para 2024, mas o meu maior plano deste final de ano é que minha menstruação desça o quanto antes, porque estou morrendo por dentro, e sinto que se não descer, vou me matar.
Que ódio.
Enquanto isso, sigo aqui, sorrindo, e sem clima natalino.