segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Um livro, uma receita, (mais) um dia sozinha



Hoje foi um dos dias em que levantei da cama por obrigação, porque a vontade de sair dela não existiu.

Quis chorar, também quis gritar.
Pensei em mandar mensagem, mas no final das contas, deixei pra lá.

O que eu faço com todo esse amor que tem dentro de mim?


Coloquei essência de capuccino no umidificador, na esperança de deixar meu quarto com um cheiro que me lembrasse de alguém.
Grande idiotice, porque o cheiro de quem eu gosto de me lembrar é Lavanda. Capuccino foi só uma cortina de fumaça para tentar forçar uma nova lembrança de algo. Ao menos deixou meu quarto todo cheiroso, adocicado, aconchegante, acolhedor.

Coloquei o colar de pedra ametista, na tentativa de alinhar os chakras, mas tem muito mais coisa desalinhada por aqui, que só ele não resolveria de nada.
Inventei de fazer pizza enrolada para ocupar meu tempo, já que é Carnaval e todos estão se divertindo enquanto eu estou aqui, sozinha, sem dinheiro, e sem convite para sair. 
O celular não vibra: não tem mensagem, nem ligação perdida.
Mais uma vez... sendo a esquecida.

Harry Potter passando na tv, e que bom ter um filme para confortar a cabeça e esquecer das coisas.
Quis desistir da pizza, mas os ingredientes já estavam todos ali.
O livro de receitas antigos da minha mãe é uma relíquia, um convite para voltar ao passado, na época em que a única forma de saber cozinhar algo era aprendendo observando, ou anotando com papel e caneta
Recorri a ele para fazer a receita da pizza, enquanto Harry Potter rolava solto na tv e o jogo do Corinthians no celular.

Choveu, choveu, e o calor não passou, assim como meu desânimo, minha tristeza, meu cansaço, meu pesar.
Sim. Ainda me sinto cansada, vazia, com saudade e triste.

O que é que dá pra fazer com todo esse amor que tem guardado aqui, e não tem pra quem oferecer?
Fleabag fez escola.

Amo o pôr do Sol na minha casa, mas a verdade é que eu queria ir embora para Curitiba e não voltar mais.
Saudade de quando a viagem parecia não acabar nunca. 💔 – e poderia mesmo não ter acabado. 

Segredo Sujo © 2008 ♡ 2024