Oh, que irônia! Que horas são? 00h56? Horário pra uma pessoa como, que trabalha cedo e dorme pouco, estar dormindo. Mas não estou.
Estou aqui, na sala da minha casa, e minha única companhia é uma cachorra basset e Deus.
Ainda não sei o por que de postar no blog. Ele não tem altas visitas diárias ou semanais, mas não importa. Ele é meu escape.
Estou aqui, lembrando de coisas que não queria lembrar, pensando em coisas que não queria pensar. Pequenos erros me trouxeram aqui, agora, nessa base de pensamentos, hoje.
A vontade de rever o passado realmente me atacou. Primeiro um, depois outro, depois mais outro... E sem perceber, minha mente ficou vazia, e eu só pensei em uma coisa: o passado.
Senti vontade de chorar. Liguei a tv, mas não sei o que aconteceu e ela desligou.
Silêncio.
O silêncio me fez pensar mais ainda nessas coisas.
Coisas que eu queria esquecer.
Não sinto vontade de fazer algo útil.
Não sinto vontade de continuar.
Sinto que vou parar, a qualquer momento!
Um real ou irreal? Não sei. Acho que não estou falando coisa com coisa.
Olho fotos, históricos de conversas, mensagens... e isso só piora. Sei que deveria parar de ver isso, mas eu não consigo. Cada vez que tento me afastar, mais me aproximo.
Às vezes, quase sempre, sinto raiva de mim. Sinto raiva do modo que sou, de agir, de pensar, de falar, de ser... Mas sei que não pode ser assim. Nem tudo foi culpa minha! Não me lembro de ter feito nada de errado. Estou destruída. Estou me destruindo. Estão me destruindo. Ele está me destruindo. Sinto-me culpada por muitas coisas, mas dessa vez não fui eu! Por qual razão eu teria chance? Fiz tudo certo. Precisa ser dito que eu seria capaz de morrer por isso? Se precisa, já foi. Eu já disse. Mas cada passo que dou no caminho certo, sinto-me cada vez mais no caminho errado.
Por que as coisas não são da mesma forma comigo? Por que? Por que?
Tenho família, tenho amigos, tenho casa, tenho emprego, tenho dinheiro... mas não o tenho.
E nunca terei. Nem por uma noite.
Eu sei que não posso voltar no tempo e consertar os erros, tanto meu, quanto dele, quanto nosso, mas também não vou tentar recomeçar. Eu preciso tira-lo da minha vida.
Se você acha que o assunto é velho, se enganou.
Eu não digo isso do Thell.
Eu digo isso dele.
Dele mesmo.
Sinto-me vazia, fria, gélida e sem sal. Eu o vejo sorrindo, ao lado daquela vadia que ele conhece há menos tempo que me conhece... E eu? Eu fico aqui, sofrendo por ele. Enquanto ele a beija, a afaga, a ama.
Ele alimentou minha paixão.
Ele alimentou meu desejo. Ele me provocou. Não fui eu quem corri atrás, nem tive desejo por ele primeiro.
Dessa vez foi tudo ao contrário.
Dessa vez não fui eu! Não fui eu quem comecei, quem quis, quem desejou primeiro. Foi ele. E isso me surpreendeu.
Ele? Ele mesmo que começou isso? Eu tenho quase certeza de que foi ele sim.
Eu apaguei da minha mente muitas coisas. Mas há coisas que não se apagam.
Nunca.
E uma delas é meu sentimento.
Meu amor.
Por ele.
Mas cada vez que tento me aproximar dele, me sinto mais distante.
Eu me sinto tão intocada.
E eu quero ele, tanto! Não consigo resistir.
Não é o bastante dizer que sinto falta dele, falta do seu abraço, do seu sorriso, do seu achego comigo, do seu cheiro, do seu humor idiota, das suas brincadeiras sem graça, dos seus apertos na barriga, da sua barba mal feita e do seu jeito de me hipnotizar. Eu confesso! Não vejo a hora de vê-lo novamente. Quero passar mais um ano ao lado dele, um, dois, três quatro, dez, vinte... Até que eu me canse e diga: Adeus.
Mas então eu acho que isso nunca aconteceria, então, seria pra sempre, até enquanto dure.
Quero sentir ele perto de mim. Quero que ele me abrace, que ele me toque, que ele me xingue quando estiver errada, quero que ele me faça refletir, que me faça amar, novamente, e desejá-lo, cada vez mais e mais. Eu quero te-lo. Só isso. Eu simplesmente quero te-lo.
E nada mais. Agora são 01h21. Vou tentar dormir, o que eu acho bem difícil.
Irei tentar não pensar nele, mas é impossível.
Toda vez que relaxo minha cabeça no travesseiro ele me vem à mente.
Pois é.